segunda-feira, 23 de setembro de 2013

7 DE SETEMBRO! UM GIGANTE A CAMINHO DA INDEPENDÊNCIA

7 DE SETEMBRO! UM GIGANTE A CAMINHO DA INDEPENDÊNCIA
*ALVORI AHLERT
Hoje comemoramos o Dia da Pátria. Não preciso lembrar aos meus leitores/as este momento histórico que deu início para que esta porção de terra continental inicia-se sua trajetória de construção de uma nação gigante como somos. Desde 1822 estamos na busca de nossa independência, no esforço de qualificar essa independência. E nessa trajetória tivemos muitos avanços e retrocessos.  Por isso quero me referir, neste espaço, ao período que estamos vivendo na construção de nossa independência. E tenho a certeza de que os últimos anos nos recolocaram no caminho dessa busca, ou seja, retomamos a condição de qualificarmos cada vez mais a nossa independência.
Depois de um período sob o jugo neoliberal, no qual nosso país viveu de joelhos, subserviente aos Estados Unidos da América e à União Européia, acorrentado ao Fundo Monetário Internacional – FMI, o país retomou sua condição desenvolvimento e crescimento, condição para transformar a vida dos brasileiros.
Como um país continental, nossa agricultura trilhava apenas a senda do agronegócio empresarial, alimentando apenas a grande produção o que, por sua vez, empobreceu o agricultor familiar. O caminho de sobrevivência parecia ser a migração para a cidade. Nos últimos anos o governo federal passou a canalizar recursos decisivos para o Ministério do Desenvolvimento Agrário, que cuida exclusivamente da agricultura familiar. Hoje, o Plano Safra 2013/2014, dispõe de 39 bilhões de reais para o desenvolvimento da agricultura familiar, assim distribuídos: Crédito Pronaf: R$ 21 bilhões, Ater: R$ 830 milhões; Garantia-Safra: R$ 980,3 milhões; Seguro da Agricultura Familiar (Seaf): R$ 400 milhões, PGPAF: R$ 33 milhões, PAA: R$ 1,2 bilhão em compras da agricultura familiar (MDA e MDS), PNAE: R$ 1,1 bilhão (FNDE), PGPM: R$ 200 milhões, Outras ações: R$ 13, 3 bilhões. (Fonte: Ministério do Desenvolvimento Agrário). Para a nossa região não é preciso dizer o quanto a agricultura familiar é um setor estratégico, como é para todo o país. Só nos últimos dez anos, a renda da agricultura familiar cresceu 52%, permitindo a ascendência de mais de 3,7 milhões de pessoas para a classe média. Hoje o segmento da agricultura familiar é responsável por 4,3 milhões de unidades produtivas, representando 84% das propriedades rurais do país, constituindo 33% do Produto Interno Bruto (PIB) Agropecuário e emprega 74% da mão de obra no campo. Isso mostra uma Independência a caminho!
Na área da Educação, num passado recente se investia R$ 5,5 bilhões no FNDE. A partir de 2002 esse montante subiu para cerca de 15,5 bilhões, pois antes se retirava recursos do MEC para compromissos com o sistema financeiro internacional, numa média de R$ 10 bilhões ao ano. Entre 1909 a 2002, foram construídas apenas 140 escolas técnicas no país. Desde 2002, o governo democrático popular construiu mais de duzentas novas escolas técnicas, além de criar o PRONATEC. Na área do ensino superior, nos últimos 10 anos, o ensino superior público federal, que até 2002 tinha apenas 45 universidades em um país de quase 200 milhões de habitantes, conta com 63 universidades federais, com 321 campi distribuídos em 272 municípios. Esse processo de expansão aumentou em 150% as vagas no ensino superior brasileiro. O Reuni investiu cerca de 18 bilhões na infraestrutura universitária, revertendo a lógica privatista da educação superior implementada na gestão neoliberal da década de 90 (década das privatizações), que priorizava a instalação de faculdades particulares. O Prouni possibilitou mais de um milhão de bolsas de estudos em universidades privadas. O novo Fies duplicou o número de estudantes benefiaciados. Também isto é Independência a caminho!
Por tudo isso, sem mencionar todo o crescimento econômico e industrial alavancado nos últimos anos e a retomada da construção naval – um país com capacidade de construir seus próprios navios nos permite vislumbrar a senda da Independência. Por isso podemos ir às ruas para festejar este dia e nos orgulhar como povo brasileiro. Mas também ir às ruas para debater e lutar por mais democracia, por mais participação popular, por mais justiça e igualdade, por uma reforma política que democratize as eleições, superando os financiamentos dos grandes conglomerados bancários, industriais e comerciais. Pois sem isso continuaremos sem independência completa, e ficamos à mercê da economia capitalista globalizada, que impede tachar as grandes fortunas, não democratizando a economia por todos produzida e sustentada.

* Pós-Doutor em Educação. Doutor em Teologia- Área Religião e Educação. Professor de Ética e Educação Ambiental do Mestrado em Desenvolvimento Rural Sustentável da UNIOESTE - PR.alvoriahlert@yahoo.com.br
Publicado no jornal O PRESENTE, 7/09/2013, p. 2.

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